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sexta-feira, 24 de agosto de 2012

O Frio do Deserto




Os olhos ardem, a cabeça queima, os joelhos ralados, e o Sol me tortura a cada dia.
Rastejando sigo a água cristalizada e purificada, tão sonhada para matar minha sede, a sede que parece uma eternidade...

Maravilhosa e brilhante, de longe me espera, 
me seduz com seu olhar molhado e refrescante.

Sobre mim o Sol do céu que me queima. 
Sob os pés a areia do inferno, tão forte quanto o Sol. 
Nada parece a me ajudar...

A sede me domina, me leva e me arrasta, tudo só por uma gota de água. 
A água eterna, a água desejada, a fonte de vida, a água sagrada.

A cada passo mais desidratado o meu corpo fica, a minha vida, a minha sede. 
A água que pouco tenho em meu corpo, evapora em suór.

Vejo múmias largadas, secas e ambulantes. 
Vejo ossos queimados, derretidos e enterrados pela poeira. 
Prefiro não ver...

Dia após dia, 
chego mais perto e os olhos mal se mexem.
Pertubados e abalados pela decepção.

A água não era água, 
nem bonita, nem nada... 
Era só mais uma ilusão 
desse imenso deserto, 
chamado solidão.

Rogério Akamine

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