Rastejando sigo a água cristalizada e purificada, tão sonhada para matar minha sede, a sede que parece uma eternidade...
Maravilhosa e brilhante, de longe me espera,
me seduz com seu olhar molhado e refrescante.
Sobre mim o Sol do céu que me queima.
Sob os pés a areia do inferno, tão forte quanto o Sol.
Nada parece a me ajudar...
A sede me domina, me leva e me arrasta, tudo só por uma gota de água.
A água eterna, a água desejada, a fonte de vida, a água sagrada.
A cada passo mais desidratado o meu corpo fica, a minha vida, a minha sede.
A água que pouco tenho em meu corpo, evapora em suór.
Vejo múmias largadas, secas e ambulantes.
Vejo ossos queimados, derretidos e enterrados pela poeira.
Prefiro não ver...
Dia após dia,
chego mais perto e os olhos mal se mexem.
Pertubados e abalados pela decepção.
A água não era água,
nem bonita, nem nada...
Era só mais uma ilusão
desse imenso deserto,
chamado solidão.
Rogério Akamine
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